sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Amanhã ele vem...

amanhã ele vem
todo amassado, meio despenteado
ah... amanhã ele vem!
apertando o passo, partindo pro abraço
ai, amanhã ele tem...
jantar caprichado, beijo demorado
amanhã eu tô bem
lhe arrancando um pedaço, bem nas mãos do palhaço, Bê e eu, mais ninguém.

sábado, 8 de agosto de 2009

We Should Always Have a Reason to Wake Up

http://reflectionof.me/we-should-always-have-a-reason-to-wake-up

segunda-feira, 25 de maio de 2009

terça-feira, 5 de maio de 2009

Alegre Menina

- Oh! que fizeste, sultão, de mim alegre menina?

- Palácio real lhe dei, um trono de pedraria. Sapato bordado a ouro, esmeraldas e rubis. Ametista para os dedos, vestidos de diamantes. Escravas para serví-la, um lugar no meu dossel... E a chamei de rainha, e a chamei de rainha!!

- Oh! que fizeste, sultão, de minha alegre menina?? Só desejava campina, colher as flores do mato... Só desejava um espelho de vidro prá se mirar... Só desejava o sol calor para bem viver, só desejava o luar de prata prá repousar. Só desejava o amor dos homens prá bem amar, só desejava o amor dos homens prá bem amar...

- No baile real levei a tua alegre menina. Vestida de realeza, com princesas conversou. Com doutores praticou, dançou a dança faceira. Bebeu o vinho mais caro, mordeu fruta estrangeira. Entrou nos braços do rei, rainha mas verdadeira... Entrou nos braços do rei, rainha mas verdadeira...

(Alegre Menina - Jorge Amado e Dorival Caymmi)

domingo, 5 de abril de 2009

Nascer

"Quem quiser nascer tem que destruir um mundo; destruir no sentido de romper com o passado e as tradições já mortas, de desvincular-se do meio excessivamente cômodo e seguro da infância para a conseqüente dolorosa busca da própria razão do existir: ser é ousar ser."

Demian
Hesse, Hermann
http://www.duplipensar.net/george-orwell/2004-12-demian-hesse-1984-orwell.html

quinta-feira, 26 de março de 2009

Canção do Sonho Acabado

Já tive a rosa do amor
- rubra rosa, sem pudor.
Cobicei, cheirei, colhi.
Mas ela despetalou
E outra igual, nunca mais vi.
Já vivi mil aventuras,
Me embriaguei de alegria!
Mas os risos da ventura,
No limiar da loucura,
Se tornaram fantasia...
Já almejei felicidade,
Mãos dadas, fraternidade,
Um ideal sem fronteiras
- utopia! Voou ligeira,
Nas asas da liberdade.
Desejei viver. Demais!
Segurar a juventude,
Prender o tempo na mão,
Plantar o lírio da paz!
Mas nem mesmo isto eu pude:
Tentei, porém nada fiz...
Muito, da vida, eu já quis.
Já quis... mas não quero mais...

Cecília Meireles

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

O Pulsar de Maria

Eram 4:35 da manhã quando Maria nasceu. O chuva fina pela janela e o choro baixo, quase manhoso. Sua mãe a tomou em um abraço morno e úmido. O cordão ainda pulsava. Sempre tinha essa lembrança quando espiava Maria, já crescida, nas suas tentativas de andar no sentido contrário do tempo. Maria sorvia todos os livros que via pela frente, na certeza de que jamais conseguiria manter viva, pulsante em sua memória todas as informações que pudesse receber.Conhecimento é a informação que descansa dentro de mim. Será que Maria sabia disso? Será que ela não tinha idéia do quanto já sabia e por isso não se cansava de buscar por mais?Certo dia, ao chegar do trabalho, Maria me veio com a notícia: iria trabalhar longe, escreveria livros e ensinaria às pessoas. Seu olhar era pungente, atravessava-me por inteiro. Em pouco tempo soube de pessoas que a ouviram falar, sobre o quanto tinham mudado suas formas de pensar. Maria era multiplicadora de si mesma.Hoje, quando penso em Maria, sem mais poder espiá-la, penso no seu cordão pulsando. Pulsando como ela pulsava. Penso no quanto ela movimentava a minha vida. Maria é a minha imaginação. Uma imaginação que não nasce com hora marcada.