sábado, 2 de junho de 2007

Reconstruir

Eu, que sempre achei que tinha o gosto pelo desconhecido, me vejo agora assim, de outra forma. Porque tudo é sempre novo e desconhecido. Sempre. E no mundo há os que vão porque acreditam que sempre chegam e outros que só vão se mantiverem seus planos de retorno. Esses são os que pensam que foram. E eu, só penso que fui, quando começo a destruir os caminhos de volta. Preciso que a volta, se acontecer, seja por um caminho novo. E às vezes volto, só para reconstruir esse caminho. Quero chegar, sempre há como chegar - eu acredito. Porque sei que não existe vitória sem dor, e sei que não tenho medo da dor - dor não mata. Mas também não sei se fortalece. Estar disposta ao risco, me permite ir sempre. E a vida vira uma brincadeira de quebrar e consertar. De desarrumar e arrumar. De destruir e reconstruir. Porque tudo me insatisfaz. Tudo. E tudo o que eu conquisto fica chato e óbvio. Preciso inventar caminhos novos para estar em lugares diferentes, mas nunca perdi de vista a minha casa. E destruir os caminhos foi só um jeito de me sentir corajosa. Sempre voltei para casa.