terça-feira, 19 de junho de 2007
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Pintava o mais íntimo de si nas paredes esquecidas da memória. Sabia ela que era feita toda dessas sentimentalidades. E nunca, nunca via demais sua exposição, pois cada vez que as compreendia, sem querer morria aos poucos. Era assim. Evitava suas obras como se preservasse a si mesma. Era eterna.
Por Iaiá at 07:39
5 comentários:
É como um ator que não se assiste para não ver seus erros.
Vamos pintando na aquarela da vida e às vezes não olhamos pra trás...isso é bom ou ruim?
Ela pintava seus mistérios. Não via demais, pois toda vez que o fazia, seus mistérios eram aos poucos desvendados. E seus milagres só existiam no mistério. Desvendá-los era como morrer. Ela era seus milagres, suas sentimentalidades...
Eternidade fixada em molduras;
Molduras de seu mais íntimo “eu”;
Todas as suas mais secretas alianças;
Todos os seus mais secretos desejos;
Seus amores;
Toda vez que se remetia a eles tentava esquecer, bloquear;
Sempre quisera sempre mantê-los emoldurado na memória;
Esquecidos;
Para que eles vivessem eternamente dentro de si;
Sem que ninguém os conhecesse;
Atrás de um muro;
Ali;
Ali pintados...
O secreto vive e se manifesta. Desde que os mantenha vivos, em segredo. Completamente anonimos.
O anônimato aguça a imaginação;
A faz voar por lugares antes não vistos;
Nunca experimentados;
A ânsia de saber;
A vontade de ter certeza;
Isso faz com que a mente convulsione em pensamentos;
Felicidade;
Em segredo, mas felicidade...
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