Não que não fosse verdade. Era. Mas não era belo, não seduzia Não vinha com sonho, suspiro ou fantasia Nem sabor, perfume ou beleza Nem trilha sonora tinha.
A franja da encosta, cor de laranja / Capim rosa chá/ O mel desses olhos luz / Mel de cor ímpar / O ouro ainda não bem verde da serra / A prata do trem / A lua e a estrela / Anel de turquesa / Os átomos todos dançam / Madruga, reluz neblina / Crianças cor de romã entram no vagão / O oliva da nuvem chumbo ficando pra trás da manhã / E a seda azul do papel que envolve a maçã / As casas tão verde e rosa / Que vão passando ao nos ver passar / Os dois lados da janela / E aquela num tom de azul quase inexistente / Azul que não há / Azul que é pura memória de algum lugar / Teu cabelo preto, explícito objeto / Castanhos lábios / Ou pra ser exato lábios cor de açaí / E assim trem das cores / Sábios projetos tocar na central / E o céu de um azul celeste, celestial
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